Regresso à escola, mais um ciclo da vida!

Este dia, comemorativo do nascimento da minha querida e saudosa irmã, algo entristecido pela sua ausência corporal, oito aniversários depois de entoar o último cântico de parabéns, 37 candeias que se esfumaram num sofrego assopro, já numa altura em que lutava contra a enfermidade, sem saber quais os desígnios de Deus, é dedicado em exclusivo à sua memória, às ternas recordações vividas, lampejos de festa pela gratidão eterna da sua companhia, alegria enorme pelo seu divino amparo, perenes recordações que perduram na minha vida!   

Regresso a mais um ano, escolar!

Muito antes do ultimo ocaso anunciar a despedida do Verão, passados tantos crepúsculos matinais despertos na vagarosa cadência das férias, no deleite de um tempo descontraído, no absoluto alheamento das tarefas escolares, eis que a luz solar vai tombando no horizonte, apesar da saturada quentura do ambiente, encurtando as horas das brincadeiras, preparando o regresso apressado para os recintos educativos, na louca inquietude do cumprimento de horários, terrível abstinência dos vídeos jogos, numa luta titânica para contrariar a preguiça, acostumar o corpo com a dinâmica das exigências académicas.

Depois de três longos meses de ócio, é altura de voltar à ribalta, ao discreto enriquecimento curricular, ao barulhento corropio matinal.
Primeiro, a reunião com os pais, para dar conhecimento sobre as condições do funcionamento, direitos e exigências educativas do Estabelecimento de ensino. Eis um novo ciclo, prestes a começar! Mas foi sempre assim, a vida vai assentando nas diversas fases e desafios, desbravando a capacidade humana, pondo à prova a sua excelência académica, esmerando a sua personalidade.

Pena é que o desenvolvimento sustentado do país, não seja mais uniforme, que não tenham sido aproveitados os anos mais dourados da integração europeia para criar alicerces mais sólidos, visando potencializar o progresso de vindouras gerações. E falo somente do que é essencial, na criação de infra-estruturas e equipamentos educativos que possibilitassem uma melhor adaptação e rentabilização do aproveitamento escolar, com tudo de benéfico que isso comporta.

Este desabafo vem a propósito das instalações da Escola Com. Conceição e Silva que, como haverá outras, se apresenta num estado deplorável de conservação. Apesar de tudo, com um serviço de manutenção eficaz, polindo o agastamento dos anos, este seria um problema menor, mas já não é tão tolerável e concebível que, não existindo um ginásio para a prática de actividades físicas, esta área tão importante na formação juvenil, que um dos dois campos ao ar livre esteja vedado, a caminho de um ano, por falta de condições de segurança, restringindo e asfixiando, a já de si comprometida, actividade desportiva.

Quanto ao restante panorama, o que o governo quer fazer passar, a Tv. nos impinge, ficamos agradados com a renovação dos centros educativos, a construção de creches, o alargamento da rede pré-escolar, mas falta ainda uma melhor uniformização e distribuição de meios, na melhoria das condições físicas de todos os estabelecimentos, para uma evolução mais íntegra de todos os componentes da aprendizagem.

Quanto ao demais, vamos observando a folhagem amarelecida que começa a pavimentar o chão, pronuncio de um Verão fatigado, de um tempo melancólico que está para chegar, de mão dada com o frescor da aragem e o alento da opaca claridade, instigando a despedida das aves, que abandonam os meninos nas escolas, e seguem na direcção do sul, ficando apenas as ternas recordações das férias como estímulo para enfrentar a hibernação…