A eterna procura da felicidade!

Dia de Nossa Senhora de Lurdes
Este dia celebra a memória das aparições de Nossa Senhora de Lourdes, que começaram no dia 11 de Fevereiro de 1858, quando uma jovem camponesa, com 14 anos, foi questionada por sua mãe, afirmando ter visto uma "dama" na gruta de Massabielle, a cerca de uma milha da cidade, enquanto ela recolhia lenha com a irmã e um amigo.
Bernadette Soubirous foi canonizada como santa, e muitos católicos acreditam que suas visões seriam da Virgem Maria. O Papa Pio IX autorizou o bispo local a permitir a veneração da Virgem Maria em Lourdes, em 1862.
Este dia também assinala a passagem dos 50 anos das bodas matrimoniais dos meus pais, celebração essa que é lembrada com todo o carinho e saudade, uma vez que o meu pai (falecido à pouco mais de trê meses), já não foi a tempo de comemorar essa dourada união, da qual resultou três frutos abençoados... então, dedico-o à minha mãe e irmã Lurdes... 

Um mundo tão encantado como distante da felicidade suprema…
Em todas as ocasiões ou gerações, existem circunstâncias diversas que propiciam episódios rocambolescos, sejam de emancipação pessoal ou revolta colectiva, que flagelam sobremaneira a sociedade; relatos trágicos e mirabolantes, que nos deixam estarrecidos, mesmo sabendo que, vindo do homem, já nada nos deveria surpreender...

Vem isto ainda a propósito do assassinato do colunista, mas todos os dias são relatados casos macabros, que denunciam a natureza pecadora do homem, seja em situações limite de pressão psicológica, acção instintiva ou maldosa, que não chegam para explicar a desgraça ou imoralidade atingidas em certas situações...

Então as capas das revistas, os noticiários, as conversas de café, propagam-se e fazem-nos pensar na nossa condição miserabilista e frágil, o quão dependentes estamos dum espírito santificado, duma avidez insaciável de bem-estar, dum estado de alma pacificado, difícil de encontrar neste atribulado mundo, quem sabe apenas viável no profundo interceder divino expresso em comunidade...

No treino diário do mister, aguçamos não só o engenho, mas semblantes imperturbáveis, posturas discretas e tratos distantes, como forma de desviar atenções da nossa conduta, não pensarmos na vida, expurgamos os pecados…

Olhamos para o televisor e fazemos comentários sobre o que se lá passa, já não conseguimos abstrairmo-nos do ecrã, das imagens que entram pela casa, notícias que grassam o mundo, criticamos e comentamos tudo, interiorizamos tudo o que nos impingem ou querem vender...

Que saudades do tempo do candeeiro a petróleo, do tempo infinito do serão, a olhar a crepitação da lenha, da leitura e brincadeira nas clareiras do dia, do tempo que havia para espreitar o mundo pela janela, a chuva a bater na vidraça, ou passar o tempo na rua, jogando à bola e às escondidas, enfrentando o atribulado mas aberto e frontal comportamento entre colegas, descobrir lentamente a inocência a despegar-se do papel em que a vida nos vai embrulhando, à custa de muitas partidas e gargalhadas em horas de liberdade...

Hoje em dia, as casas estão mais vazias, os prédios mais antigos, as ruas desertas, a multidão aglomera-se nas redes informáticas, cibernautas refugiados num mundo virtual, trocando informação descartável, opiniões superficiais, imagens despidas ou vídeos triviais... Trocando e-mail’s de forma avulsa sem ligar ao cumprimento pessoal ou personalizado…

Contudo, para terminar esta dissertação que já vai longa, não encontro outras palavras diferentes das iniciais, pois, em todas as ocasiões ou gerações, existirão sempre circunstâncias diversas, acontecimentos esporádicos que nos escapam ao entendimento, situações para as quais nos sentimos desadaptados, mas que não são mais que sinais fugazes do tempo ou evolução duradoura, duma civilização que está à sua livre mercê, num mundo tão encantado como distante da felicidade suprema…

Mas é preciso manter viva a esperança, a fé na vigília de Deus e no amparo celestial…

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