O tempo de ser criança, que já não volta mais!
Depois do levantar da manhã , a escassa pausa antes do trabalho, já livre dos estudantes, ou ao findar do dia , no tempo fugaz que surge após a sua deita… ou ainda o tempo veloz que passo a olhar os petizes: a nadar com desenvoltura ou a atirar bolas ao cesto , ou o tempo efémero que passo colado ao ecrã a ver o Benfica a jogar ; são estes os raros momentos em que o ser desafia o entendimento, instantes que dimensionam a vida ou projectam mais razão para o existir… Na verdade, já lá vai o tempo, em que o tempo infindável me abraçava nas brincadeiras de criança, o tempo interminável que me envolvia na aprendizagem escolar ... o tempo em que andava na rua, apanhava os frutos proibidos, que cresciam do outro lado dos muros, ou quedava no aconchego do lar, até a chuva atravessar o inverno e a aridez da terra, o tempo admirável das raras e paradisíacas viagens de carro, das visitas solenes aos museus e palácios, em múltiplas e maravilhosas viagens de estudo, desbravando conhecimentos e