Os desígnios indubitáveis de Deus!

Dia de S. Lucas
O Evangelho de Lucas é o terceiro dos quatro Evangelhos, que narra a história da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Embora os textos não mencione o nome de seu autor, o consenso atual segue a opinião tradicional de que este evangelho e os Atos dos Apóstolos foram escritos por ele.
Dois dos Pais da igreja dizem que era sírio, natural de Antioquia. Era médico (Cl 4.14). Ele não foi testemunha ocular dos acontecimentos que narra no Evangelho (Lc 1.2), embora isso não exclua a possibilidade de ter estado com os que seguiam a Jesus Cristo.
Pouco se sabe a respeito da sua vida. Têm alguns julgado que ele foi do número dos setenta discípulos, mandados por Jesus a evangelizar (Lc 10.1). Tornou-se discípulo dos apóstolos e mais tarde seguiu a Paulo até ao seu martírio. Tendo servido o Senhor com perseverança, solteiro e sem filhos, cheio da graça do Espírito Santo, morreu com 84 anos de idade.
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Nesta altura tem início mais um ano de Catequese, pulsar da doutrina cristã em todas as paróquias, reserva moral e alma sã duma comunidade…
Talvez seja tempo de rever os conteúdos da educação cristã e os métodos de transmissão para as atuais gerações… necessitamos duma proposta esclarecida sobre a identidade cristã, porque são os sinais e os comportamentos explicitamente religiosos que nos rodeiam que vão moldando e caracterizando a nossa personalidade…

A vida cristã está cada vez mais arredada do quotidiano, a omissão de factos religiosos na comunicação social ou ênfase dada à sua contestação vai afastando-nos dum maior empenhamento comunitário e espiritual, acentuando o diluimento da mensagem cristã...

A família, que deveria assumir um papel primordial no combate à crescente descristianização da sociedade e erosão das práticas consagradas, no âmbito da educação e transmissão de fé, mesmo que vá ainda conservando uma expressão religiosa tradicional, vai deixando empobrecer a sua ligação a Deus e à Igreja, numa atitude que acaba por atingir os próprios filhos

Por isso, não basta termos sido baptizados numa excelsa reunião do templo, para júbilo familiar, temos que peregrinar com persistência e dar disso testemunho pela vida fora, em todas ocasiões, como podemos aferir da seguinte parábola:

Certo dia, um rei, para celebrar as bodas do seu filho, realizou uma fausta cerimónia festiva, para a qual havia de convidar toda a nobreza e notáveis da corte… estes, todavia, renunciaram a cortesia, apresentando desculpas inverosímeis, maltratando até os servos mensageiros…
A recusa ao convite ofendeu o rei, que terá enviado alguns guardas para castigarem os prevaricadores, mas, ao manter o “banquete”, … mandou que chamassem todos quantos fossem encontrados nas “encruzilhadas dos caminhos”, e mesmo os excluídos tiveram honra de assento na mesa do reino… Claro que a sua inflexibilidade acabou por ditar ordem de expulsão a alguns convivas, que não vieram trajados a condizer para tão solene festividade… Leitura em Mateus, 22

Este rei poderá ser considerado Deus, que convidou Israel para o “banquete” do encontro supremo e da comunhão divina. Todos os sacerdotes, os escribas e doutores da Lei recusaram o convite ou preferiram continuar agarrados aos seus esquemas e preconceitos, aos seus sistemas de auto-salvação. Então, Deus convidou para estas “bodas celestiais” o povo humilde, os pecadores e os que estavam à margem desta comunidade de salvação…

Este cenário foi frequente ao próprio Jesus… que apareceu muitas vezes a participar em “banquetes” ao lado de gente ambígua, acusado de ser amigo de publicanos e comungar com pecadores. Mas esta era uma maneira privilegiada de lhes dizer que Deus os acolhe com amor, de difundir a sua Palavra, sem excluir ninguém da sua intimidade…

Na verdade, os líderes de Israel recusaram o desafio, enquanto os pecadores e desclassificados o acolheram de braços abertos, mesmo que alguns, desprovidos do traje nupcial, tenham obrigando o rei, a lançá-los fora do salão, pois não tinham adotado um estilo de vida consentâneo com os trajes do amor, da partilha e da misericórdia…

Os convidados que aceitaram o convite representam todos aqueles que, apesar dos seus limites e do seu pecado, têm o coração disponível para Deus e para os desafios que Ele faz. Percebem os limites da sua miséria e finitude e estão permanentemente à espera que Deus lhes ofereça a salvação. São humildes, pobres, simples, confiam em Deus e na salvação e estão dispostos a acolher e a enfrentar todos os desafios…

Assim, sabendo dos nossos limites e capacidades, devemos estar disponíveis para Deus, acolher e enfrentar todos os desafios. Só seremos convidados e estaremos preparados para desfrutar deste “banquete” se formos humildes, talentosos e confiarmos na sua salvação…

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