As contas do mesmo Rosário!
7 de Outubro - dia de Nossa Senhora do Rosário
Disse o Papa João Paulo II que "O Rosário, de facto, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica…, o crente alcança a graça em abundância…”
A Voz doce de Teresa
Salgueiro, saltitava no florido instrumental, os cânticos espalhavam o polén do
mistério, o mel saboreado em minutos de prazer e harmonia...
A festa de
Nossa Senhora do Rosário foi instituída pelo papa Pio V, em 1571, aniversário
da batalha naval de Lepanto, onde consta, os cristãos saíram vitoriosos porque
invocaram o auxílio da Santa Mãe de Deus, rezando o rosário.
A origem do
terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais que usavam pedrinhas
para contar suas orações vocais.
Em 1328
Nossa Senhora terá aparecido a São Domingos, recomendando-lhe a reza do rosário
para a salvação do mundo. Rosário significa coroa de rosas oferecidas à Nossa
Senhora. Os promotores e divulgadores da devoção do rosário no mundo inteiro
foram os dominicanos.
Hoje somos, portanto,
convidados a meditar sobre os mistérios de Cristo Jesus, associando-nos como
Maria Santíssima à encarnação, paixão e gloriosa ressurreição do Filho de
Deus. Disse o Papa João Paulo II que "O Rosário, de facto, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica…, o crente alcança a graça em abundância…”
Domingo de brancura fina,
véu aquecido pelo sol, desvendando uma nova semana...
Era dia de Nossa Senhora
do Rosário. Em Almada de outras eras, o povo subia a colina, para celebrar o
fim das colheitas, louvar à Senhora o fruto do trabalho, acendiam fogueiras
para aclarar o serão e expandir a alegria, debruçados sobre a burguesa capital,
refletindo sonhos na penumbra do Tejo...
Naquela noite, séculos
adiante, mesmo sem as arcas tão cheias ou tamanha devoção, escalámos novamente
a cidade até ao cume, vislumbrámos a Lisboa luzidia do amplo miratejo, reunimos
em redor duma pequena fogueira, a mesma vigilia popular, agora num Seminário
como guarida das gentes e da folia...
Com a luz do Cristo guia,
aconchegando os braços desnudados do filho para suavizar a friagem, começámos a
ouvir a espiritual melodia, palavras que se entrelaçavam com a musica e vinham
habitar as entranhas da alma...
Assim passaram éfemeros instantes de
segredos revelados, num breve momento de felicidade, assim, de mão dada com o filho,
regressamos apressados, pela ravina, à rotatividade do quotidiano...
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