As crianças é que nos ensinam
A festa litúrgica de Nossa Senhora do Carmo é comemorada a 16 de Julho. É um título consagrado à Virgem Maria, com o propósito de relembrar o convento construído em honra da Santíssima Virgem Maria nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em Israel.
A principal característica desta invocação mariana é representar o acto de se estar ao serviço do Reino de Deus para obter muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais.
ATENÇÃO
Quantas vezes estamos alheados das brincadeiras dos filhos, pensando nos mais diversos assuntos, ou também nós falamos sem a atenção dum interlocutor...
Essa distância tem um efeito desagregador, atuamos ou falamos para o vazio, como se as palavras fossem folhas levadas pelo vento, deixando uma árvore triste e nua... Os problemas assaltam-nos o tempo, ficamos distantes, mal-humorados.
Mas a atenção deve ser por inteiro, quando olhamos os sorrisos milagrosos das crianças, os gestos e as expressões de paz, voltamos à realidade, viramos costas ao supérfluo e lembranças fantasmas, debruçamo-nos apenas sobre o parapeito a olhar o presente que está ali à nossa frente, a passar pela nossa vida e que merece toda a atenção...
VERDADE
O nosso mundo interior é como um regime ditatorial em que a propaganda substitui a verdade… O olhar das crianças fazem-nos ver o que somos, redimensiona-nos, ficamos mais expostos e conscientes, vemos a verdade das coisas, às vezes imperfeita e dura mas forte e límpida…
As crianças ensinam-nos a ser honestos, a olhar o espelho, a ser frágil dentro da grandeza que é sermos autênticos e a servir os outros com sinceridade...
ESPAÇO
Roubamos espaço aos outros, dizemos como e o que devem ser, o que devem fazer, delineamos programas, ditamos condições, formulamos juízos e chantagens…
Como é bom dar espaço para ser aquilo que se quer, que se desenvolva como uma planta sem obstáculos, dar liberdade faz-nos sentir livres, dar espaço faz-nos ficar também mais à vontade...
PASSADO
Até as coisas mais insignificantes se transmitem, pela repetição, sem grandes explicações, como uma osmose, emergindo anos mais tarde, atitudes ou hábitos mentais, completos estilos de vida…
A individualidade fica submersa e vai sobrevivendo, como um véu que nos afrouxa as emoções e protege, mas com um filho aprendemos uma nova originalidade, vamos esbatendo essa pelicula e reaprendendo a viver o presente…
IDENTIDADE
As pessoas adotam um papel e nessa engrenagem com rodinhas seguimos a nossa vida comum, afeiçoamo-nos à rotina e assumimos essa identidade, incompleta e artificial, escondendo uma alma imprevisível e misteriosa…
Para aceder a outro mundo mais vivo e rico, as crianças ajudam-nos a rasgar esse papel, deixam-nos mais vulneráveis, por baixo da aparência desta vida palpitante, que nunca solidifica numa estrutura fixa, descobrimos que somos diferentes, quase divinos…
CASAL
Recordar os momentos belos duma paixão, as possibilidades que se abrem na essência do amor, tornam a realidade mais cristalina antes do embaciamento que se lhe segue...
Mas é bom relembrar esse álbum de imagens e poder refletir outra vez essa beleza na inocência das crianças, enquanto não são atingidos pelas deformidades da vida, permitindo-nos apreciar com mais intensidade essa dádiva sem preço…
AMOR
Se não houvesse fim, provavelmente não amaríamos tanto ou seria mais banal o amor..., um amor ansioso, depois sereno, assente na efemeridade...
Temos o desejo desesperado de agir em vez de não agir, de falar ao invés de ficar calado, de chegar a conclusões seguras, em vez de aceitar a incerteza, demonstrar a razão em vez de ouvir, possuir em vez de apreciar...
Com o nascer de um filho, voltamos ao âmago da vida, um mundo de mistério que supera a realidade e ajuda a redescobrir o fascínio e o amor...
Depois da inocência de criança, descemos ao mundo humano dos compromissos, dos estereótipos, tudo se tinge de cinzento, só mais tarde, junto dos filhos somos readmitidos, voltamos a subir ao maravilhoso mundo encantado, quarto dos tesouros, onde tudo é novo e cintilante, com a intensidade da primeira vez e da rara beleza…
(Inspirado no Livro de Piero Ferruci – ”O que as crianças nos ensinam”)
A principal característica desta invocação mariana é representar o acto de se estar ao serviço do Reino de Deus para obter muitas indulgências, graças e outros benefícios espirituais.
ATENÇÃO
Quantas vezes estamos alheados das brincadeiras dos filhos, pensando nos mais diversos assuntos, ou também nós falamos sem a atenção dum interlocutor...
Essa distância tem um efeito desagregador, atuamos ou falamos para o vazio, como se as palavras fossem folhas levadas pelo vento, deixando uma árvore triste e nua... Os problemas assaltam-nos o tempo, ficamos distantes, mal-humorados.
Mas a atenção deve ser por inteiro, quando olhamos os sorrisos milagrosos das crianças, os gestos e as expressões de paz, voltamos à realidade, viramos costas ao supérfluo e lembranças fantasmas, debruçamo-nos apenas sobre o parapeito a olhar o presente que está ali à nossa frente, a passar pela nossa vida e que merece toda a atenção...
VERDADE
O nosso mundo interior é como um regime ditatorial em que a propaganda substitui a verdade… O olhar das crianças fazem-nos ver o que somos, redimensiona-nos, ficamos mais expostos e conscientes, vemos a verdade das coisas, às vezes imperfeita e dura mas forte e límpida…
As crianças ensinam-nos a ser honestos, a olhar o espelho, a ser frágil dentro da grandeza que é sermos autênticos e a servir os outros com sinceridade...
ESPAÇO
Roubamos espaço aos outros, dizemos como e o que devem ser, o que devem fazer, delineamos programas, ditamos condições, formulamos juízos e chantagens…
Como é bom dar espaço para ser aquilo que se quer, que se desenvolva como uma planta sem obstáculos, dar liberdade faz-nos sentir livres, dar espaço faz-nos ficar também mais à vontade...
PASSADO
Até as coisas mais insignificantes se transmitem, pela repetição, sem grandes explicações, como uma osmose, emergindo anos mais tarde, atitudes ou hábitos mentais, completos estilos de vida…
A individualidade fica submersa e vai sobrevivendo, como um véu que nos afrouxa as emoções e protege, mas com um filho aprendemos uma nova originalidade, vamos esbatendo essa pelicula e reaprendendo a viver o presente…
IDENTIDADE
As pessoas adotam um papel e nessa engrenagem com rodinhas seguimos a nossa vida comum, afeiçoamo-nos à rotina e assumimos essa identidade, incompleta e artificial, escondendo uma alma imprevisível e misteriosa…
Para aceder a outro mundo mais vivo e rico, as crianças ajudam-nos a rasgar esse papel, deixam-nos mais vulneráveis, por baixo da aparência desta vida palpitante, que nunca solidifica numa estrutura fixa, descobrimos que somos diferentes, quase divinos…
CASAL
Recordar os momentos belos duma paixão, as possibilidades que se abrem na essência do amor, tornam a realidade mais cristalina antes do embaciamento que se lhe segue...
Mas é bom relembrar esse álbum de imagens e poder refletir outra vez essa beleza na inocência das crianças, enquanto não são atingidos pelas deformidades da vida, permitindo-nos apreciar com mais intensidade essa dádiva sem preço…
AMOR
Se não houvesse fim, provavelmente não amaríamos tanto ou seria mais banal o amor..., um amor ansioso, depois sereno, assente na efemeridade...
Temos o desejo desesperado de agir em vez de não agir, de falar ao invés de ficar calado, de chegar a conclusões seguras, em vez de aceitar a incerteza, demonstrar a razão em vez de ouvir, possuir em vez de apreciar...
Com o nascer de um filho, voltamos ao âmago da vida, um mundo de mistério que supera a realidade e ajuda a redescobrir o fascínio e o amor...
Depois da inocência de criança, descemos ao mundo humano dos compromissos, dos estereótipos, tudo se tinge de cinzento, só mais tarde, junto dos filhos somos readmitidos, voltamos a subir ao maravilhoso mundo encantado, quarto dos tesouros, onde tudo é novo e cintilante, com a intensidade da primeira vez e da rara beleza…
(Inspirado no Livro de Piero Ferruci – ”O que as crianças nos ensinam”)
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