Dia de São José..., Pai!
" Era dia de comício da oposição em Alma, presidido por minha avó materna, Beatriz, em representação de meu avô Geraldo Pais, chefe da Carbonária e fundador da República. O falecido tinha sido íntimo de Afonso Costa e era ainda a referência principal da tribo reviralhista. (…) A minha avó sentava-me ao pé dela e de certo modo eu era tratado como príncipe herdeiro. (…) Tudo isto se passava numa casa em que o chefe de família, meu pai, Lourenço de Faria, era monárquico. Liberal, gostava ele de sublinhar. Talvez porque meu pai não pudesse ou não quisesse competir com a influência da minha avó. (…) De modo que eu estava praticamente condenado a ser republicano e revolucionário. Só que naquele dia não havia apenas o tão esperado comício da oposição. À mesma hora, o Beira Rio jogava contra o Vista Alegre. E por nada deste mundo, muito menos por causa dum comício eu estava disposto a perder o jogo no velho campo de S. Cristóvão. Meu pai, menos por falta de coragem do que por filos