Tempo de Outono!

Este ano tivemos mais tempo para preparar o Outono, mas, apesar dos compassados ajustes, somos sempre surpreendidos pelos padrões do tempo, quase sempre alheios à nossa vontade e habituação... 
Mesmo que o ritmo seja praticamente igual: a sedução do apressado entardecer que vai corando a folhagem, toldando a cidade nos alongados serões, as nuvens que vão pairando sob o quotidiano. 
Mesmo assim, vamos tentando experimentar outro sentir, descobrindo cada amanhecer, reinventando novas formas de viver, porque o tempo é sempre novo, apesar da repetição, se confiarmos na inspiração divina!

Todo o tempo é mágico, mas, por maioria de razões, o encanto da natureza contagia a província, quem atravessa o Outono pelos socalcos da serra e pinta com as cores do campo a tela da imaginação, quem faz sua a simplicidade de Deus! 
Rompe a aurora, o sol aparece
Sublime, o esplendor da montanha,
Claridade que a natureza agradece
Enche a aldeia de alegria tamanha,
Nestes momentos de puro encanto,
A luz transforma-se em manto
Descendo devagarinho dos céus,
Nesta altura como que por magia
No começo daquele novo dia
É como se visse a Deus!

Enquanto todo o vale se ilumina
As colinas banhadas de prata
Enriquecem aquela triste sina
A missão do ganha pão ingrata.
Ouvem-se chocalhos distantes
No mato e na fazenda errantes
Vozes que ecoam em redor,
Nesta hora de maior agitação
trabalho é feito com devoção
Na esperança de colher amor!

Já falece a tarde soalheira,
Sente-se uma suave friura,
Guarda-se o gado na palheira
Rega-se outra vez a terra dura;
Toca-se o sino para dar o sinal
Da reza à capela é habitual
Congregar toda a população;
Liberta já dos duros afazeres
Dão à alma outros prazeres
Que o espírito torna mais são

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