A Estrela de Natal
Num destes dias, relevantes para uma família, comemorativo do enlace matrimonial, de partilha e cumplicidade construídas em histórias felizes, entendimento e paz resultantes das inevitáveis tristezas, recebemos um presente colossal, repleto de ternura, qual brilho duma estrela no imenso cosmos, agora motivo de conforto e luz para o destino, ao largo da revolta, numa trajetória maior, repleta de graça divina!
Foi assim que nasceu uma estrela, que simboliza a nossa aliança, oferta dos filhos mais luminosos, guia para qualquer noite tumultuosa, alegria para todo o amanhecer!
É assim, com o espírito de Natal a contagiar os corações, o frio a viajar pelas aldeias, as luzidias avenidas a seduzirem-nos para encontros com os outros, ou com a vidraça à distância da intimidade, que devemos espalhar pelo universo a magia de mais um presépio, do Menino que veio ao nosso mundo para nos salvar!
Partilho agora uma história, retirada do Livro “O Castelo de Vidro” (também filme), que retrata o sentimento verdadeiro que deve estar presente nesta época de Natal:
“O meu pai perdeu o emprego na mina, depois de se envolver numa discussão com o capataz, quando o Natal chegou, nesse ano, não tínhamos dinheiro nenhum.
Na véspera de Natal, o pai levou cada um dos seus filhos, um a um, para a noite do deserto.
Eu tinha cinco anos, sentei-me ao lado do meu pai e olhámos o céu. Ele adorava falar sobre as estrelas. Explicava-nos a sua rotação pelo céu noturno à medida que a terra girava. Ensinou-nos a identificar as constelações e a como orientarmo-nos pela Estrela Polar. Aquelas estrelas brilhantes, gostava de salientar, eram uma das vantagens especiais de pessoas como nós que habitam no deserto.
-Escolhe a tua estrela preferida – disse-me o meu pai - podes ficar com ela, é o meu presente de Natal.
- Não podes dar-me uma estrela! – Protestei – As estrelas não pertencem a ninguém.
- É verdade, não pertencem a ninguém, só tens de reclamá-la antes que alguém o faça, como o tal Colombo reclamou a América para a rainha Isabel.
Ergui os olhos para as estrelas e tentei decidir qual seria a melhor - quero aquela - disse. O meu pai sorriu – Aquilo é Vénus, aquela luz era apenas um reflexo. Explicou-me que os planetas brilhavam porque a luz refletida era constante e as estrelas cintilavam porque a luz pulsava.
- Gosto dele à mesma. Eu admirava Vénus, mesmo antes daquele Natal, via-o à noite, a brilhar no horizonte e ainda o via de manhã depois de desaparecerem todas as estrelas…
- Que se lixe – disse o meu pai – É natal. Podes ficar com um planeta se quiseres – e deu-me Vénus. Naquela noite, no Jantar de Natal, conversámos todos sobre o espaço. O Pai explicou-nos os anos luz, os buracos negros e os quasares, falou-nos das qualidades especiais de Betelguese, Rigel, as estrelas oferecidas aos outros meus irmãos e sobre Vénus, claro!
Vénus, não tinha Luas, nem satélites, nem sequer campo magnético, mas tinha uma atmosfera parecida com a da Terra, excetuando o fato de ser superquente – uns quinhentos graus ou mais.
- Assim – disse o pai – quando o sol começar a apagar-se e a terra ficar fria, toda a gente quererá mudar-se para Vénus para se aquecer. E vão ter de pedir autorização aos teus descendentes.
Rimo-nos de todas as crianças que acreditavam no mito do Pai Natal, não recebiam mais do que um monte de reles brinquedos de plástico ou quinquilharia eletrónica e digital.
- Daqui a muitos anos, quando toda a porcaria que eles receberam estiver partida ou esquecida
- disse o meu pai – vocês ainda vão ter as vossas estrelas!”
Foi assim que nasceu uma estrela, que simboliza a nossa aliança, oferta dos filhos mais luminosos, guia para qualquer noite tumultuosa, alegria para todo o amanhecer!
É assim, com o espírito de Natal a contagiar os corações, o frio a viajar pelas aldeias, as luzidias avenidas a seduzirem-nos para encontros com os outros, ou com a vidraça à distância da intimidade, que devemos espalhar pelo universo a magia de mais um presépio, do Menino que veio ao nosso mundo para nos salvar!
Partilho agora uma história, retirada do Livro “O Castelo de Vidro” (também filme), que retrata o sentimento verdadeiro que deve estar presente nesta época de Natal:
“O meu pai perdeu o emprego na mina, depois de se envolver numa discussão com o capataz, quando o Natal chegou, nesse ano, não tínhamos dinheiro nenhum.
Na véspera de Natal, o pai levou cada um dos seus filhos, um a um, para a noite do deserto.
Eu tinha cinco anos, sentei-me ao lado do meu pai e olhámos o céu. Ele adorava falar sobre as estrelas. Explicava-nos a sua rotação pelo céu noturno à medida que a terra girava. Ensinou-nos a identificar as constelações e a como orientarmo-nos pela Estrela Polar. Aquelas estrelas brilhantes, gostava de salientar, eram uma das vantagens especiais de pessoas como nós que habitam no deserto.
-Escolhe a tua estrela preferida – disse-me o meu pai - podes ficar com ela, é o meu presente de Natal.
- Não podes dar-me uma estrela! – Protestei – As estrelas não pertencem a ninguém.
- É verdade, não pertencem a ninguém, só tens de reclamá-la antes que alguém o faça, como o tal Colombo reclamou a América para a rainha Isabel.
Ergui os olhos para as estrelas e tentei decidir qual seria a melhor - quero aquela - disse. O meu pai sorriu – Aquilo é Vénus, aquela luz era apenas um reflexo. Explicou-me que os planetas brilhavam porque a luz refletida era constante e as estrelas cintilavam porque a luz pulsava.
- Gosto dele à mesma. Eu admirava Vénus, mesmo antes daquele Natal, via-o à noite, a brilhar no horizonte e ainda o via de manhã depois de desaparecerem todas as estrelas…
- Que se lixe – disse o meu pai – É natal. Podes ficar com um planeta se quiseres – e deu-me Vénus. Naquela noite, no Jantar de Natal, conversámos todos sobre o espaço. O Pai explicou-nos os anos luz, os buracos negros e os quasares, falou-nos das qualidades especiais de Betelguese, Rigel, as estrelas oferecidas aos outros meus irmãos e sobre Vénus, claro!
Vénus, não tinha Luas, nem satélites, nem sequer campo magnético, mas tinha uma atmosfera parecida com a da Terra, excetuando o fato de ser superquente – uns quinhentos graus ou mais.
- Assim – disse o pai – quando o sol começar a apagar-se e a terra ficar fria, toda a gente quererá mudar-se para Vénus para se aquecer. E vão ter de pedir autorização aos teus descendentes.
Rimo-nos de todas as crianças que acreditavam no mito do Pai Natal, não recebiam mais do que um monte de reles brinquedos de plástico ou quinquilharia eletrónica e digital.
- Daqui a muitos anos, quando toda a porcaria que eles receberam estiver partida ou esquecida
- disse o meu pai – vocês ainda vão ter as vossas estrelas!”
Comentários
Enviar um comentário