Sonhos do meu pai!

BARACK OBAMA é uma notável figura do mundo contemporâneo, pelo seu carisma e preponderância internacional, foi o 44º presidente dos Estados Unidos, eleito em novembro de 2008 e reeleito para um segundo mandato até 2017, vencendo um prêmio Nobel da paz no ano de 2009.

Mas, tal como cada um de nós, teve o seu percurso de vida, com mais ou menos atribulação, uma infância feliz e inquieta, com origens diversas, com mais ou menos coincidências e acasos, uma evolução académica que foi solidificando a sua personalidade, desbravando as inseguranças da adolescência, até ao seu reencontro com o eu profundo, numa estabilidade e confiança que nos vão dando asas para seguir alguns sonhos, mesmo à mercê de alguns dons, com a convicção própria dum ser humano único e determinado.

Foi isso que ele tentou descrever na história que nos deu a conhecer sobre a sua vida e os sonhos do seu pai. Nestes dias de Outubro, que o tempo vai atenuando a  vivacidade das memórias do verão com a coloração outonal, que também eu recordo com gratidão, o silêncio ou a presença das origens imponentes, todos os sonhos, mesmo que diminutos, vividos e transmitidos pelo meu pai...

Os primeiros anos de Barack não foram muito normais, já era o bastante, o passado oculto africano do seu pai, algures no imenso Quénia, como ainda lhe calhou em sorte um padrasto Indonésio que o levou a viver em terras asiáticas distantes… A insularidade do Havai preparou-o para esse viajar, um pensar inquieto e tranquilo que o levou a ir estudar para Nova Yorque, a aceitar um trabalho social em Chicago, seguindo os impulsos, como um Salmão que nada obstinadamente contra a corrente, em direção ao local de conceção!

Desde sempre sentiu a necessidade de mergulhar na cultura do progenitor, perceber as origens e a genética, a sua individualidade, um pai que nascera numa tribo pobre algures nas margens do lago Vitória, que se valeu da inteligência para seguir para a capital e mais tarde para a América, escolhido pelos líderes nacionais, para aprender a tecnologia ocidental, e voltar como operário duma Africa mais moderna e capacitada.

Após a sua graduação académica em Nova Yorque, já seu pai falecido, desenvolveu o seu lado humanitário numa causa social em Chicago, junto duma comunidade desfavorecida. Mas o vazio parental levou-o de novo à ancestralidade africana. E foi aí que se encontrou com a sua faceta de líder e político bem sucedido, seria aquela verdade que o libertaria e consolidava o seu carácter, a origem do seu nome, o tipo sanguíneo que iria nortear o seu destino, realçar de vez a sua vontade de fazer a diferença…