Almoço de Domingo!

Algures no campo do Alentejo raiano, meio interior mas paredes meias com o pulsar dum país grande, por entre a convulsão e desenvoltura dum século bélico e industrial, havia de nascer um menino que iria fazer da sua terra, para além do nome, muito maior!

No seio duma população rural, ora resistindo na perseverança do trabalho comercial, ora no contrabando para mitigar a pobreza, esperando que as revoluções ajudassem a libertar o provincianismo, acima de tudo, a estabilidade duma família tradicional que, através dos múltiplos almoços de domingo, foram consolidando a ambição e a modéstia desta grande personalidade.

Era assim, na lentidão do tempo, que se plantavam as raízes e legavam os valores familiares, nas reuniões íntimas e estendidas do almoço de domingo, depois da eucaristia, assentes nos sabores acentuados, apostando o futuro na alegria daquela singela confraternização…

Por isso são tão importantes as tranquilas reuniões familiares ou de amizade, o retorno do conforto humano, as celebrações ocasionais, como as desta época de festividades, sem descurar o horizonte, para fomentar em cada um a esperança e a solidariedade... 

Foi assim, que o Comendador Rui Nabeiro, criou os Cafés Delta, muito para além do alcance comercial, da marca conceituada de cafés, foi toda uma vida construída no altruísmo, visando o progresso dum povo, que muito para além do Campo Maior, se confunde com o que de melhor pode advir do coração do Homem ou da cultura dum país..

A narrativa detalhada e intimista deste livro, faz-nos pensar que existe toda uma realidade, em cada um, que tem que ser provada ou se desvanece como se nunca tivesse existido, mesmo que, quando a obra é grandiosa e é nobre o obscuro destino, a luminosidade acaba sempre por sobrepor-se às sombras do caminho!

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