Pelos caminhos da província e do destino...
Mais um ano
que fugimos do bulício da cidade para o recôndito interior; numa certa madrugada
de Verão... Rogamos a Maria, já céu fulgente, luz para os caminhos da província
e do destino...
Desviamos no
encalce das serranias da Pampilhosa e subimos ao alto do Açor, onde deslindamos
recantos cheios de encanto, encontramos uma pequena aldeia...
Pisamos as
fragas da ribeira, divertimo-nos no arraial, rezamos aos santos padroeiros, saboreamos
os temperos e a luz de aromas que nos acaricia, habitamos as entranhas da montanha...
Ora trespassamos
laivos de nevoeiro matinais, tecidos na friura da noite, pelos itinerários de Arganil, ora nos erguemos em manhãs cintilantes, escalando por traçados gravados na
aspereza do tempo, num rodopio de vento sobre os pinhais...
Até que o último poente esmorece o vale, uma ténue luz vai cingindo os
montes e precipitando a despedida…
Confiamos que Deus conserve aquele encanto até às próximas férias ou em
qualquer altura, que as imagens vividas nos acalentem no regresso aos circuitos citadinos,
às sinuosas vias da vida...
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